Nunca tive um assistente.
Nunca precisei.
E sinceramente, continuo sem certezas se preciso.
Se é uma decisão estratégica, ou um capricho.

O que sei é que evolui o meu processo de contratação.
Não tenho departamento de recursos humanos.
Nem quero.
Então contratei mais um robô.

Como contratei a minha assistente pessoal usando IA. (Ela não é um Robô)

Sabes qual é a pior coisa que podes dar a alguém talentoso?
Mediocridade.
Sentas mediocridade ao lado de talento.
Olhas para o lado e estás cercado de inutilidade.
Porque o talento vai embora.

Faz sentido.
Eu também pensaria assim.
Quero fazer parte de um sítio que aceita isto?

A qualidade média da tua empresa é tudo.
Quem contratas define-te.
É a tua única função:
Encontrar. Formar. Libertar.

Inspirador.
Mas depois existe a realidade.
Onde é que eu os encontro?
Certo.
Talvez no mesmo sítio onde eu os encontro.
Eu, tu e a tua concorrência.

A questão é onde!
É o que fazes para os afastar.
Sim.
Qual é a taxa de esforço que tu impões para afastar o bom do mau?
E para isso precisas de um bom, muito bom, desleal, mother fucker, processo de recrutamento.

Este é o meu.
1. Lanço a candidatura em todo o lado. Pago para ampliar.
2. Tenho um formulário do Google que eles preenchem.
3. Desqualifico muitos.
4. Envio um exercício prático.
5. Fico só com os que enviaram.
6. Escolho 4 e levo para reunião.
7. Faço a todos as mesmas perguntas.
8. Escolho e arrisco.

Ok. É simples.
Mas é trabalho sem fim.
E eu pensei, são normalmente os diretores que fazem isto.
Eles precisam, recrutam e montam este processo todo.
Ora, a assistente é um capricho.
Meu!
Sou eu que tenho que fazer isto.
Sou preguiçoso e não tenho tempo.
Mas não sou delinquente de comprometer o meu processo de recrutamento.

Então construí um ROBÔ para me ajudar no meio de dezenas de candidaturas.
Ele entrou.
Foi testado e venceu! (Contra a minha vontade)

Primeiro. Ajudou-me com o questionário…

O questionário é importante.
E deve ser adaptado.
Cada posição tem o seu.

Abri o ChatGpt e disse,

No meio de uma porrada de perguntas,
Começou pelo básico,
- Qual é a tua disponibilidade horária semanal?
- Tens experiência anterior como assistente pessoal ou executivo?
- Quais línguas falas fluentemente?

Ok.
E o sumo?
É que até aqui são todos, surpreendentemente, magníficos.
Precisamos de uma pequena hemorragia controlada.

E lá no meio encontrei algumas pérolas:
Classifica as tuas competências em organização, de 1 a 10.
Bom para apurar nível de consciência.
Como priorizas tarefas quando todas parecem urgentes?
Bom para apurar níveis de organização e stress.
Tendo em conta o meu feitio, fundamental.

Agora é a minha vez de te ensinar alguma coisa.
Tens a mania que és esperto.
Proponho colocarmos esta pergunta,
Estás disposto a fazer um exercício como parte do processo de recrutamento?
Sabes porquê?
Porque 20% responde que não!
E eu adoro essas respostas.
Menos 20% de trabalho.

Após afinar o conteúdo.
Publiquei a vaga.
Investi para chegar a mais pessoas.
(É isso ou pago a fatura depois para as despedir.)
Começamos a receber candidaturas.
Enviei o exercício prático.

Segundo. Ajudou-me a analisar os exercícios práticos.

Esta fase é simples.
Mas dá trabalho.
Como tudo o que é simples.

Primeiro.
Qualificação natural.
Quem não envia o exercício, está excluído.
Quem não envia o exercício no dia, está excluído.
Quem envia o exercício sem ser em PDF, está excluído.
É um truque na descrição do exercício.
Para ver quem está atento aos detalhes.

Ficam os outros.
Que são muitos.
É aqui que volta a entrar o meu Robô.
(Tenho de lhe arranjar um nome, aceito sugestões)

Desta vez entrei no Claude.
Fiz download da descrição da vaga.
Arrastei para lá.
Descarreguei a tabela com as respostas do primeiro formulário.
Arrastei para lá.
Descarreguei a descrição do exercício.
Arrastei para lá.
Descarreguei os exercícios enviados.
Arrastei para lá.
Com o cuidado do documento ter o nome da pessoa.

No meio de tanto ficheiro disse,
É agora que acabo com a capacidade da AI.

Isto é contexto.
Para ele saber lidar com a informação.

Depois disse,

Ele analisou todas as candidaturas.
E listou a lista negra.
Aceitei a maioria e disse ok!
Obrigado.

E ele disparou uma lista.
Organizada.
Priorizada.
Com todos os critérios analisados.

Como sou um tipo desconfiado.
Fui validar.
E o tipo acertou.
Fiquei (quase) literalmente doente.
Os 4 primeiros foram os mesmos que selecionei.

Perfeito.
Avançamos para a entrevista.
Enviei e-mail aos 4 finalistas.
Agendei entrevistas e voltei a pedir ajudar.

Terceiro. Ajudou-me a estruturar a entrevista.

Sou rato velho.
E tudo é intencional.
Coisas que eu sei.
Não falar nas entrevistas.
Deixar falar.
Fazer sempre as mesmas perguntas.
Para comparar.
Curto. Muito curto. 30 minutos.
Para não criar relação emocional.

Sou rato velho, mas preguiçoso.
E cada posição tem as suas perguntas específicas.
Para algumas tenho.
Para esta não.

Sobrou para os do costume,
Desta vez fui ao ChatGpt.
Na continuidade da nossa conversa,

Com ele tem informação sobre estes CEO’s.
A qualidade melhora bastante.
E são 3 muito diferentes.
Estilos de gestão diferentes.
Depois eu escolho.

Fiz 8 perguntas aos candidatos.
Deixo-te aqui 4.

Qual é a tua abordagem para antecipar as minhas necessidades?
Quero saber como a cabeça deles antecipa.
Como se organiza.
O que garante que tem que ter.

Consegues dar-me um exemplo de uma situação em que resolveste um problema complexo de forma criativa?
Fico calado.
Analiso como respondem ao desconforto.
O que é complexo para eles.
Como fogem ou não das regras.
Procuro os pouco convencionais.

Que abordagem utilizas para aprender e adaptar-te a novas tecnologias rapidamente?
Fico a saber onde se alimentam.
Onde se atualizam.
Que tipo de método é que utilizam.
E se sabem ou têm o hábito de aprender a aprender.

Como geres o teu tempo quando lidas com múltiplas tarefas urgentes?
Sei como priorizam.
Sei se priorizam.
Sei se tem independência para pensar.
Ou estão à espera que eu lhes diga o que fazer.

É fácil?
Não.
Mas não é suposto.
Porque o trabalho também não será.
E a mim, não me apetece aturar mediocridade.

Recrutei.
Agora invisto.
A educar.
E fazer o que ninguém faz por mim.
Equipar soldados para operar sem instruções.
Em vez do exercício.
São forças especiais.
Poucos, mas muito mais duros de roer.

E equipados de robôs.
Porque hoje na guerra já não chega talento.
É preciso esteroides.

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Até à próxima terça 🫡